Norovírus: quais são os sintomas e como ocorre a infecção

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Norovírus é um tipo de vírus com alta capacidade infecciosa e resistência que provoca condições gastrointestinais como: diarreia, vômitos e febre alta. Ele pode ser transmitido pelo consumo de alimentos e água contaminada, além do contato com pessoas infectadas.

Segundo a Prefeitura de Florianópolis, cidade que passou a chamar atenção para um aumento de casos neste ano, somente em janeiro de 2023, cerca de 5 mil pessoas procuraram postos de pronto-atendimento relatando sintomas.

Diante desse cenário, especialistas identificaram que o número de casos é 6 vezes maior do que em 2022 inteiro, quando o município registrou apenas 724 casos de doenças diarreicas agudas (DDA).


Norovírus é o principal suspeito do aumento de casos de diarreia

Com o aumento de casos, o município enviou amostras de fezes para análise no Laboratório de Virologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os resultados preliminares mostram que o norovírus estava presente em 63% das amostras. O resultado final ainda não foi concluído, mas a prefeitura já considera que a cidade vive uma epidemia de norovírus.

No entanto, a transmissão não está restrita apenas a Florianópolis. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, mais nove cidades litorâneas declararam aumento no número de casos de DDA: Piçarras, Barra Velha, Penha, Navegantes, Porto Belo, Balneário Camboriú, Itapema, Bombinhas e Governador Celso Ramos.

Todas elas foram incluídas numa “força-tarefa” para ampliar o número de amostras de água de rios e do mar para análise das condições de balneabilidade das praias catarinenses.

Amostras coletadas estão sendo enviadas para o Laboratório Central de Saúde (Lacen) para confirmação do agente causador da diarreia – além do norovírus, o laboratório ainda investiga a presença do rotavírus, adenovírus e hepatite A.

O que é o Norovírus?

O norovírus é um vírus transmitido via oral-fecal por meio da água ou alimentos contaminados, ou ainda através do contato com pessoas que estejam infectadas. Ele tem uma alta capacidade infecciosa e é capaz de permanecer em superfícies nas quais a pessoa teve contato – facilitando a transmissão.

Uma vez infectado pelo norovírus ele causa uma gastroenterite e tem como principais sintomas diarreia intensa, vômito e algumas vezes febre alta.

“O norovírus é apenas mais um vírus da classe que causa diarreias. Mas, em geral, ele causa quadros leves. É diferente do rotavírus, que costuma causar quadros mais graves e é mais preocupante”, afirma o infectologista pediátrico Alfredo Elias Giglio, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Ainda que os casos sejam geralmente leves, grupos de maior risco como: crianças e idosos podem ter sintomas agravados, principalmente pela desidratação.


Transmissão do Norovírus

O acúmulo de pessoas (em ambientes fechados como cruzeiros marítimos) ou na praia nesse período de altas temperaturas são fatores que facilitam a transmissão. Segundo Giglio, o simples fato de uma pessoa tomar banho de mar numa água que esteja contaminada é o suficiente para se infectar. “Para se contaminar, não precisa necessariamente beber a água”, alerta o médico.

Tratamento do Norovírus

O tratamento do norovírus costuma ser clínico, sendo recomendado o repouso e a ingestão de líquidos para aliviar sintomas e evitar a desidratação, além de analgésico ou antitérmicos para reduzir febre e dores, quando necessário.

Em casos mais graves é recomendada a internação para receber soro e medicação na veia.

Surtos tem notificação compulsória

Em nota, o Ministério da Saúde informou que a notificação de casos individuais de norovírus não está contemplada na lista nacional de doenças de notificação. Entretanto, surtos de doenças de transmissão hídrica e alimentar, de qualquer natureza, são de notificação compulsória – e nesse caso estão incluídos os surtos de norovírus.

Como prevenir o contágio

De acordo com o Ministério, até o momento não há outros surtos causados por norovírus no Brasil. E, segundo Gilio, é pouco provável que o surto se dissemine para outras regiões. “Os surtos costumam ser mais pontuais, naqueles locais com aglomeração naquele momento”, explica o especialista.

Pensando nisso, as principais orientações de prevenção incluem cuidados básicos de higiene. Entre eles, estão:

  • Lavar as mãos com água e sabão ou solução antisséptica;
  • Beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura;
  • Evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas;
  • Avaliar se os alimentos foram bem cozidos, fritos ou assados;
  • Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada;
  • Evitar o consumo de alimentos vendidos por ambulantes não credenciados;
  • Alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação do produtor e data de validade com a embalagem íntegra;
  • Não se banhar ou frequentar a areia em praias consideradas impróprias para banho;
  • Não se banhar ou frequentar a areia de regiões próximas a saídas de rios e córregos;
  • Não consumir água do mar, com redobrada atenção com as crianças e idosos, os quais são mais sensíveis e menos imunes do que os adultos;
  • Usar equipamentos de proteção individual (EPI) ao manipular resíduos sólidos e higienizar banheiros públicos;
  • Seguir boas práticas de manipulação de alimentos.

 

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